Reforçando seu compromisso estatutário com o desenvolvimento regional de sua área de abrangência, nomeação do ex-deputado Estadual, ex-deputado Federal, ex-secretário Estadual de Planejamento do governo Roberto Requião, mestre e doutor Enio Verri para a Diretoria Geral Brasileira da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, consiste um movimento estratégico do atual governo Federal em direção à segurança energética, de forma sustentável.
Firmemente focado no seu objeto de estudo maior, a integração da América Latina, o também economista, tem agora diante de si a missão de tocar em frente a nova abordagem a ser adotada pela gigante: ações dotadas de maior viés humanístico e social, de forma responsável, mantendo o invejável e recordista patamar produtivo, preparando-a ainda, para enfrentar uma demanda esperada sem precedentes para os próximos anos. De pronto, ele deve liderar as renegociações do “Anexo C”, que prevê as bases financeiras e de prestação de serviços de fornecimento de eletricidade da usina, o que em boa monta definirá as próximas possibilidades do complexo. Entre a extensa lista de autoridades presentes, o que evidencia seu prestígio, o Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre este tópico, afirmou que “A renegociação do Anexo C, fortalecerá os laços de parceria entre brasileiros e paraguaios, com o olhar cada vez mais claro não só para as necessidades energéticas e comerciais, mas também para a melhor destinação de recursos para a população que mais necessita”. Uma declaração totalmente alinhada às que foram assertivamente dirigidas pelo presidente Lula ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que também atendeu à ocasião: "O tratado de Itaipu é uma prova de que podemos estabelecer acordos binacionais. Eu fui o presidente que mais visitou o Paraguai. Brigas e divergências permitiram avançar no acordo com o Paraguai. Empresários me criticam por que estamos atraindo empresas paraguaias, mas não é possível imaginar um país rico cercado de países pobres. É preciso aprimorar a nossa política de relação externa. Volto com vontade de reorganizar a Unasul (União de Nações Sul-Americanas)”, declarou o presidente do Brasil.
Perfil
Tendo atuado na iniciativa privada e também lecionado tanto pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) quanto pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), produzindo e orientando diversos trabalhos acadêmicos voltados à Economia da Integração; Economia Brasileira Contemporânea; Desenvolvimento Local; e Economia Paranaense, por sinal este último tema, um de seus mais intransigentes pontos de vista: “Desde que fui convidado para este cargo, tenho sido questionado sobre a viabilidade de ampliar a atuação de Itaipu. Tenho dito que o esforço para erguer esta obra e pagar a imensa dívida de sua construção foi assumido por todos os consumidores. Portanto, me parece justo que seus benefícios também sejam estendidos, seja garantindo energia elétrica e modicidade da tarifa, seja por meio de investimentos em projetos de infraestrutura e programas que beneficiem prioritariamente o estado do Paraná", conforme declarou na solenidade de posse. Sobre os novos caminhos da Usina, ele detalhou: "Há quem prefira abordar a energia somente pelo lado da economia, um insumo essencial do desenvolvimento, o que é rigorosamente verdadeiro. Porém, prefiro ressaltar a dimensão social da energia. A universalização do acesso é condição habilitante a uma cidadania plena do século XXI", acrescentando ainda: "Também é indispensável para incorporar ao mercado os excluídos do acesso aos bens básicos. Queremos energia para todos os brasileiros e brasileiras. É um direito básico que o Estado tem a obrigação de garantir. Por isso mesmo, é considerado um serviço essencial", finalizou. Firme e combativo na política, o novo diretor Geral tem diante de si um horizonte até 2027 para cumprir este realinhamento, mais compatível com grandes estruturas de classe mundial, como é afinal, a Itaipu Binacional, que, por sinal, já é apontada como um bom exemplo de conduta e referência de melhores práticas tanto em transparência, quanto governança e mesmo políticas sociais, de valorização de pessoal, além das de prevenção, mitigação e ressarcimento ambientais. Segundo Lula, Enio Verri assume o cargo com a ciência que é preciso colocar a empresa, com sua capacidade técnica e financeira, a serviço dos dois países. “O Enio assume a direção brasileira com a responsabilidade de não colher os resultados só para Itaipu. Aqui ele é um representante do Brasil e precisa ajudar o governo a resolver o problema dos brasileiros, para que se possa colher o sonho que se teve quando foi assinado o Tratado, em 1973”, finalizou o presidente.
JUNTOS EM UMA NOVA DIRETORIA
No mirante central da usina de Itaipu, palco da posse dos novos diretores da binacional do lado brasileiro, autoridades e convidados prestigiaram a cerimônia. O advogado com vasta experiência em cargos públicos, Carlos Carboni. Diretor de Coordenação, destacou o papel estratégico da empresa. “É importante a diretoria que tem essa relação com a comunidade, e claro, também coordenar as ações ambientais, os programas sociais. E dentro de uma missão que foi colocada há poucos dias aqui na posse do diretor geral, o Enio. Daremos sequência a essas obras que estão iniciadas. Esse é um compromisso já afirmado e que nós temos a incumbência de dar sequência. E claro, também termos o olhar social da atenção que dentro da missão da Itaipu, que pode ser realizada”, avaliou. Por sua vez, empossado na diretoria Administrativa, Iggor Gomes Rocha, especialista em Direito Administrativo e mestre em Direito Econômico e Socioambiental, falou sobre um modelo de administração mais moderno: “Sempre mantive um desafio de administração pública a um bom tempo. Então, doutorado em políticas públicas, fui um tempo assessor parlamentar. Nossa ideia é trazer um pouco da gestão de processos como já funcionava em Brasília. Acho que o Congresso é um caso importante que eu tive na minha experiência, favorável a um modelo de administração mais moderno que tem tentado se renovar. Acredito que eu possa contribuir também aqui na Itaipu.”
Na cadeira da diretoria jurídica o especialista em Gestão de Compliance pelo Instituto Insper e mestre em Direito Constitucional Luiz Fernando Ferreira Delazari, não escondeu o entusiasmo: “É uma enorme honra e uma enorme satisfação. Encaro isso como mais um desafio na minha vida. Tenho dimensão da responsabilidade de todas as questões que nós vamos enfrentar aqui. Eu tenho uma enorme experiência no setor público e quero gastar toda a minha energia, toda a minha experiência ao longo do meu trabalho junto ao Ministério Público, ao Senado Federal, na Secretaria de Estado de Segurança Pública, com forças unindo essa grande equipe que a gente está formando para tocar bem essa usina e essa empresa maravilhosa.” Com mais de 40 anos de experiência em empresas de energia elétrica, Renato Soares Sacramento, assumiu a diretoria Técnica Executiva da binacional, “E é com orgulho que agora eu carrego um crachá de empregado da empresa, de participar dessa equipe da empresa, que é motivo de orgulho para mim e acho que para toda a engenharia nacional é uma felicidade para algum técnico poder trabalhar aqui em Itaipu.”
Finalmente, recentemente reconduzido à empresa, o engenheiro, servidor de carreira e ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na área de Regulação André Pepitone da Nóbrega, que já havia sido nomeado Diretor Financeiro Executivo em 2022, após um breve hiato, agora está de volta à Itaipu nesta mesma função, com grandes planos: “Retorno à Itaipu para cumprir as diretrizes do governo do Presidente Lula, principalmente no combate à desigualdade social e no fortalecimento de políticas públicas de proteção dos mais vulneráveis, além de contribuir para o desenvolvimento cultural, tecnológico e científico da região e do País. E, também, diretriz a ser seguida, colaborar para fortalecer e estreitar os laços de amizade e fraternidade que nos ligam ao Paraguai.” Com a esta nomeação que restava pendente, o quadro de diretores da margem brasileira de Itaipu fica completo.
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