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Cidade de São Paulo - O PREFEITO ESTÁ NO CANTEIRO

Uma gestão profissional, composta de técnicos comprometidos e que efetivamente vivem a própria cidade que ajudam a administrar. A cidade de São Paulo, maior e mais rica megalópole do país, apoia-se em melhores práticas para alinhar-se, por meio de uma extensa programação de metas propostas ainda sob o comando de Bruno Covas, e atualizada e redesenhada com afinco e ainda mais arrojo pelo seu atual prefeito, Ricardo Nunes, para aderir ao rol de Cidades Inteligentes e sustentáveis, por meio de uma grande atenção às suas infraestruturas. Quantidade, qualidade, prazo e rapidez: vamos entender o plano mestre que equacionou fatores de obras, às vezes difíceis de conciliar, mirando eficiência e resultados.


O horizonte 2021 - 2024 foi estabelecido como ponto de inflexão para uma das urbes mais significativas em termos globais (1.500 Km²

de área territorial e mais de 12 milhões de habitantes em suas 32 subprefeituras). De fato, uma cidade conturbada, um mar de edificações que parece não ter fim, e que, logicamente apresenta desafios que a tornam motivo de observação cuidadosa de executivos dedicados à carreira pública de todas as partes do mundo. É fato que qualquer solução, qualquer iniciativa ou política pública obtém êxito em São Paulo, muito provavelmente, poderá ser replicada com sucesso em outras cidades com características similares em qualquer outro canto do planeta, mesmo que “culturalmente” haja diferença. À parte as digressões aqui feitas quanto ao pioneirismo que caracteriza a gestão do prefeito Ricardo


Nunes, que por exemplo, inovou ao implantar – de forma acertada – a faixa azul para motociclistas (isto para ficar em apenas um exemplo por enquanto), é necessário iniciar esta reportagem sob o prisma de 6 eixos principais que compõem seu bem estruturado “Plano de Metas 21 – 24”, com 27 objetivos estratégicos, 77 metas (com indicadores) e 306 diferentes iniciativas. Cabe ressaltar que o referido PDM, ao estabelecer essas metas, teve o cuidado de alinhá-las aos 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS), estabelecidos em conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em conferência realizada na Cidade do Rio de Janeiro em 2012, um conjunto de objetivos mensuráveis, universais que vão desde o combate à pobreza ao estabelecimento de prioridades que permitam o desenvolvimento de “Cidades e Comunidades Sustentáveis”.


O horizonte 2021 - 2024 foi estabelecido como ponto de inflexão para uma das urbes mais significativas em termos globais (1.500 Km² de área territorial e mais de 12 milhões de habitantes em suas 32 subprefeituras). De fato, uma cidade conturbada, um mar de edificações que parece não ter fim, e que, logicamente apresenta desafios que a tornam motivo de observação cuidadosa de executivos dedicados à carreira pública de todas as partes do mundo. É fato que qualquer solução, qualquer iniciativa ou política pública obtém êxito em São Paulo, muito provavelmente, poderá ser replicada com sucesso em outras cidades com características similares em qualquer outro canto do planeta, mesmo que “culturalmente” haja diferença. À parte as digressões aqui feitas quanto ao pioneirismo que caracteriza a gestão do prefeito Ricardo Nunes, que por exemplo, inovou ao implantar – de forma acertada – a faixa azul para motociclistas (isto para ficar em apenas um exemplo por enquanto), é necessário iniciar esta reportagem sob o prisma de 6 eixos principais que compõem seu bem estruturado “Plano de Metas 21 – 24”, com 27 objetivos estratégicos, 77 metas (com indicadores) e 306 diferentes iniciativas. Cabe ressaltar que o referido PDM, ao estabelecer essas metas, teve o cuidado de alinhá-las aos 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS), estabelecidos em conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em conferência realizada na Cidade do Rio de Janeiro em 2012, um conjunto de objetivos mensuráveis, universais que vão desde o combate à pobreza ao estabelecimento de prioridades que permitam o desenvolvimento de “Cidades e Comunidades Sustentáveis”.


Por dentro do PDM e seus impactos na Infraestrutura


Norte das ações, e distribuído entre as pastas do executivo municipal, o documento (um tomo de 230 páginas, em sua versão “final participativa”, ao qual Rodovias&Vias teve acesso), está estruturado nos eixos “SP Justa e Inclusiva”, tem como foco a redução da pobreza e a diminuição das desigualdades sociais; no “SP Segura e Bem Cuidada e SP Ágil”, que de acordo com a proposta, “são voltados às demandas de zeladoria, ampliação da segurança urbana e aperfeiçoamento do sistema de transportes municipal, com a preocupação de proporcionar e incentivar o uso de modais de transporte alternativos e não-poluentes”; no eixo “SP Inovadora e Criativa”, de “estímulo e fomento à economia criativa e à cultura como indutor econômico”; no “SP Global e Sustentável”, que “apresenta um conjunto de metas e iniciativas que busca dar respostas imediatas, zelando pelas gerações futuras, e posiciona São Paulo junto a outras cidades globais no alinhamento a diretrizes internacionais de sustentabilidade e promoção da qualidade ambiental do Município”, e o eixo “SP Eficiente”, focado no aprimoramento de processos, desburocratização da governança e sua eficácia e capacidade de respostas ágeis quanto ao atendimento das demandas da sociedade. Concomitantemente, a prefeitura ainda abriu mais um canal de comunicação com a população, que pode verificar o status e o andamento de cada item, por meio do “Portal de Devolutivas”

(http://devolutiva.pdm.prefeitura.sp.gov.br), que afinal, tornou-se ainda mais um elemento que sedimenta a transparência como peça fundamental na assinatura da administração (por vezes nominada no documento como “Covas-Nunes”). Toda a construção do material, foi baseada em 5 premissas:

a) adoção de propostas objetivas e com linguagem simples e acessível;

b) criação de metas que refletissem impacto na qualidade de vida da população e/ou melhoria da cidade;

c) análise do contexto social e econômico em virtude de pandemia de Covid-19;

d) seleção de indicadores mensuráveis e de governança municipal;

e) orçamento compatível com a arrecadação prevista para o quadriênio.

De acordo com a fonte, que conta com uma carta do próprio Prefeito Ricardo Nunes, em que ele sintetiza: “Esta versão final – participativa apresenta muitos aprimoramentos em relação à versão inicial. Duas novas metas foram criadas (uma na área de saúde e outra na área de primeira infância), 30 metas foram alteradas e mais de 40 iniciativas foram incluídas ao documento a partir das contribuições da população. As metas passíveis de regionalização agora aparecem territorializadas; foram incluídos os contextos das políticas públicas as quais todas as metas estão relacionadas; e as sugestões feitas pelos munícipes, seja nas audiências públicas, seja via “Participe+”, foram cuidadosamente respondidas e estão disponíveis no Portal de Devolutivas. Registrando, assim, nossa preocupação máxima em garantir que todos falassem e fossem atentamente ouvidos, que todas as demandas recebidas fossem avaliadas tecnicamente e endereçadas em forma de melhoria das políticas públicas e dos instrumentos de planejamento. Ainda há muito o que avançar e, por isso, mais do que nunca, vamos trabalhar juntos por uma São Paulo mais Justa e Inclusiva; Segura e Bem Cuidada; Inovadora e Criativa; Global e Sustentável; Ágil; e Eficiente para todas e todos”.


De dentro para fora


Uma parte importante dos esforços por melhorar a Cidade, é o Projeto “Todos Pelo Centro” Capitaneado pela Casa Civil do Município de São Paulo, sob a liderança do Secretário Chefe Fabrício Cobra Arbex, e que prevê uma nova abordagem de requalificação e reocupação do Centro da Cidade, por meio de extensas intervenções tanto por parte da Prefeitura Municipal, quanto por investidores, que poderão se beneficiar de incentivos fiscais e menos burocracia na hora de apresentar seus projetos: “Essa é uma programação que quer ressignificar. Reabilitar. Resgatar. As pessoas precisam viver melhor no Centro. As pessoas precisam viver melhor ‘o’ Centro, que é afinal, um patrimônio riquíssimo, de todos nós. O Centro é um dos grandes símbolos da Capital, merece essa sensibilidade e esse olhar mais cuidadoso que a administração Ricardo Nunes determinou à nós que coordenássemos”, afirmou. Em tempo, nesta edição de Rodovias&Vias, o leitor poderá ver mais detalhes na reportagem “Um novo Centro”, bem como na entrevista com o próprio secretário.


Prepara-te a ti mesmo


Naturalmente que um grande plano desta envergadura, com tal abrangência, envergadura e quantidade de secretarias – e consequentemente de pessoas – envolvidas, começa já por uma reestruturação dentro da própria administração. Como um hábil enxadrista, o prefeito Ricardo Nunes, estudou os objetivos e reorganizou algumas peças no tabuleiro, em posições chave, justamente para que, dentro de seu estilo descentralizado e de respeito absoluto à técnica, estes profissionais pudessem ter o espaço e as condições mais favoráveis o possível, para poderem exercer suas funções mirando na alta performance exigida. Uma situação dessas, realmente digna de nota, foi a criação de um Departamento de Planejamento dentro da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), que atua diretamente sobre a empresa de obras públicas do município a São Paulo Obras (SPObras), algo até então inexistente, de acordo com o próprio secretário da Pasta, Marcos Monteiro: “Essa foi uma necessidade que nós vimos. Criar um departamento de planejamento foi essencial para que pudéssemos tocar em frente os trabalhos com a velocidade que queríamos e que foi determinada. É um trabalho de inteligência, que nos prepara melhor para as condições que encontraremos, diminui o número de ‘surpresas’, que são o tipo de coisas que não queremos quando deflagramos, por exemplo, uma mobilização. Não queremos chegar para operar e estar faltando uma licença ou coisa parecida. E isso acontecia, até a criação dele”, comentou em entrevista.


Mudança cultural


Por mais que a expressão “quebra de paradigma”, tenha virado um clichê (e às vezes tendo mesmo seu uso banalizado), não foi possível à redação da Central de Jornalismo da Rodovias&Vias encontrar um melhor conceito para exemplificar o que representou a instituição deste departamento, em termos de ganhos para a gestão pública de obras no município de São Paulo. E sim. Os clichês, somente são definidos como tal, quando possuem uma grossa camada de verdade em suas fundações. Segundo o engenheiro Alexandre Moratore, diretor de Planejamento da SIURB “Essa é uma visão integrada de como os projetos devem transcorrer. Inclusive, sob o ponto de vista da integração entre os setores da própria secretaria, não apenas da administração pública. Por isso estamos nos valendo de uma equipe muito qualificada e técnica para realizar esse trabalho.”, comentou. Uma bem-vinda adição a uma secretaria que atua em diversas frentes, todas elas diretamente relacionadas à promoção da qualidade de vida da cidade, com uma enormidade de obras ocorrendo simultaneamente, somando por volta de 200 empreendimentos. E por empreendimentos, entenda-se: apenas um empreendimento citado pela pasta, pode ser a reforma de 20 Centros escolares, ou a construção de 15 reservatórios. Ou seja, no detalhe, as proporções são, paradoxalmente, ainda maiores. De acordo com Antonia Guglielmi, coordenadora de Obras e gerente de Planejamento da SIURB e da SPObras, a reestruturação para a criação do departamento, publicada no final de 2022, “parte de um conceito que já vinha evoluindo dentro da administração. É uma área muito importante, por que não temos uma presença forte dessa cultura da fase de estudos iniciais dos empreendimentos. Então historicamente, diversas obras contratadas na secretaria, que, com uma análise mais detida, se mostravam mais eficientes em outro espaço que não aquele previsto. Então, a percepção da secretaria é que vale a pena investir nesse estágio inicial, para que a gente chegue em melhores decisões lá na frente”. Este reforço nos estudos iniciais, é uma ação que também mitiga os conflitos com um elemento recorrente quando o assunto são obras públicas: as licenças – ou a não existência delas – para atender às exigências ambientais. “Esse é o tipo de procedimento que tem que acontecer antes de qualquer movimentação, por que tem potencial não apenas de atrasar um cronograma, mas de inviabilizar um empreendimento, dependendo do caso”, avaliou a engenheira. “É por isso que nós trabalhamos para, digamos colocar as coisas na ‘ordem certa’, disparando tudo em paralelo. Vamos atrás de levantar quais as licenças necessárias, procedemos as eventuais desapropriações, remoção e realocação de pessoas, tratamento de interferências, vamos atacando tudo para que na hora de colocar a obra, as coisas estarem articuladas”, disse. “Claro, este é um trabalho que não termina quando a obra começa. Muito pelo contrário, ele continua durante o ciclo de operação. Nós vamos monitorando a evolução, atuando e procurando nos antecipar a outros fatores que venham a ocorrer ou que possivelmente possam acontecer”. É importante frisar que este tipo de método, que busca maior capacidade de antecipação, também contribui para, ainda no tocante ambiental, diminuir os passivos, uma vez que permite um melhor estudo por parte da pasta, por exemplo, para a escolha de uma área de plantio de compensação.


Gerenciamento de riscos


Um outro trabalho desenvolvido pela SIURB e pouco divulgado é o levantamento, mapeamento, detalhamento e o estudo de áreas de risco geológico. “Na verdade, é um trabalho em que temos uma programação, dentro do ‘PMRR - Plano Municipal de Redução de Riscos’, uma obrigação que toda prefeitura, tem que ter. E não apenas de riscos geológicos, mas hidrológicos também”, destaca a engenheira Guglielmi. É precisamente nesta disciplina em que se faz a análise das possibilidades de escorregamentos de encostas, alagamentos entre outros fatores dessa natureza. Especificamente, um extenso trabalho, desenvolvido ao longo de anos, e que ajuda a compor esse “mosaico”, foi feito pela atuação da Defesa Civil da Cidade de São Paulo, além de trabalhos desenvolvidos em conjunto com o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, com todos esses resultados, registros de séries históricas e demais informações, compartilhados com a secretaria. “A Defesa Civil tem uma equipe própria que mapeia e atualiza essas áreas de risco, levantando-as e classificando-as. Só que é preciso lembrar que São Paulo tem um universo gigantesco de áreas, são aí mais de 400 delas, para fazer obra. E sim, isso significa realocar famílias e efetivamente fazer o tratamento dessas áreas adequadamente”, sinalizou Antonia. Evidentemente, saindo um pouco da atuação da SIURB, é válido ressaltar o trabalho de alertas promovidos pela Defesa Civil nestas áreas, com sirenes, e diversas ações de comunicação desses alertas à população. “Recentemente, assinamos um contrato grande para fazer a compilação dessas áreas com necessidades de intervenções. Inclusive, verificando quais delas já tiveram algum tipo de projeto feito, quais já tiveram algum tipo de intervenção, qual a atual classificação de risco para elas, o grau de vulnerabilidade das famílias instaladas, e após todas essas avaliações, há um ranqueamento, uma priorização. E no mesmo contrato, já vamos fazendo os projetos”. Como uma vez cantou o saudoso poeta Chico Science “ A cidade não para, a cidade só cresce”, e esta é uma verdade absoluta na megalópole e isso traz embutidos alguns desafios: “É quase impossível termos um controle muito preciso do crescimento de uma mancha urbana, que se expande dia e noite. A ocupações ocorrem, e isso invariavelmente também acontece nas áreas de risco. Existem até casos em que, por exemplo, fomos em um determinado lugar, fizemos uma contenção reforçada com gabião, passado um tempo, o cidadão vai lá e constrói uma pequena casa em cima. Então sempre que verificamos, fazemos um trabalho de conscientização”, explicou o diretor de planejamento Alexandre Moratore. Ainda na seara das relações da secretaria, não se pode deixar de mencionar as relações com as diversas concessionárias de serviços, que estão presentes e representam interferências preponderantes para o bom desenvolvimento dos trabalhos. Dentro do planejamento, se dá o contato com esses atores, em verdadeiros grupos de trabalho, que estudam as conciliações necessárias para que a secretaria possa inclusive, respeitar prazos.




Contramedidas para enchentes


Adjacente ao esforço de mapeamento de áreas de risco, e encostas, está outro desafio de grande monta acessado pela SIURB, que são as obras que têm a missão de tornar a cidade mais resiliente às enchentes. “Nós pegamos a situação de uma maneira caótica. Já com escorregamentos, barrancos que caíram, situações de altíssimo risco, e com acidentes em alguns casos já ocorridos. Então, nós temos um número grande de obras urgentes que estão em curso ou prestes a entrar em execução”, detalhou. “Por isso nós procedemos à elaboração dos cadernos de mapeamento das nossas principais bacias hidrográficas.”, explicou a coordenadora e gerente de Obras. “Cada rio tem a sua área de influência, a sua bacia. E a cidade tem muitos rios. Então nós fizemos um caderno para cada área, agrupando as mais significativas de forma que chegamos em 50 cadernos destes”, destacou a engenheira. Esta “coleção” de cadernos conta com alguns verdadeiros “tomos”, como o que trata do Aricanduva, que acabou ganhando um específico para si. Em outras regiões menos “molhadas”, onde há a presença de diversos corpos d’água de menor tamanho, houve o agrupamento dentro de um só volume. “Destes 50 cadernos, já temos aí 17 publicados, dentro de um contrato que a secretaria tem com o FCTH – Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica - Um trabalho que a SIURB vem realizando há alguns anos, e é muito extenso. Estamos inclusive agora, com uma consulta pública, inédita, por ser um assunto muito técnico, mas que está sendo feita dessa forma, por que entendemos que a participação da população agrega informações relevantes a esse tipo de trabalho, afinal, as pessoas registram, tiram fotos, filmam os eventos, e tudo isso acaba ajudando a tornar a elaboração ainda mais sofisticada”, disse a engenheira, que frisou ainda que os cadernos contém também dados como pontos de alagamento, presença de ocupações, taxa de permeabilidade, quais equipamentos importantes estão ali presentes, e, juntamente ao levantamento topográfico da cidade, permitem a montagem de um modelo matemático que, inserido dentro de um sistema, é capaz de fazer diversas simulações com variados níveis de chuva. Em tempo, este sistema, permite também o estudo de tais e quais tipos de obra podem ser ali empreendidos para oferecer as contramedidas necessárias. “É a partir disso que temos um norte de quais obras serão projetadas, se é necessária uma canalização, um aprofundamento de calha, a instalação de um reservatório, e é por isso que cada caderno tem indicações de até mais de 20 obras cada. Neles, estão previstas também, pelo menos 2 e no máximo 4 alternativas de solução das mais convencionais, à soluções híbridas”. Estas soluções podem ir desde o estabelecimento de um parque linear, que devolva uma área de várzea à um rio, no que é chamado de “solução natural”, até um mix de soluções que mesclem obras mais pesadas como grandes reservatórios, diques e outros dispositivos similares. Uma vez realizada, pela SIURB, a obra passa a integrar o acervo das Subprefeituras (SMSUB), que passa a operá-las. Outro ponto importante, é a questão do lixo e descartes inadequados por parte da própria população nos elementos, o que também contribui para o agravamento dos quadros de enchentes. “Nós passamos a incluir no projeto algo que não tínhamos antes, pensando exatamente nesta realidade. E os cadernos novos já trazem isso incluído, que é a instalação de caixas segregadoras nas entradas dos piscinões, por exemplo, que concentram sempre diversas galerias alimentadoras. Justamente para barrar a entrada de resíduos sólidos, principalmente os flutuantes, e não deixá-los seguir para o reservatório. Também essa água mais suja é separada e canalizada direto para o coletor de esgoto. Para que ela não retorne ao rio.” Falou a engenheira. Ainda de acordo com informações da SIURB, há outras ações práticas como cercamentos, também são adotados. Foi no final de 2022 que a secretaria publicou outro trabalho importante, constituído pelo “Plano de Ações”, justamente a partir de toda esta inteligência, para estabelecer critérios e pesos para um ataque mais eficiente às prioridades. Como exemplo, analisando uma mancha de alagamento, verifica-se a presença de famílias vulneráveis, ou, se esse alagamento prejudica o acesso à um hospital. Tudo isso é levado em conta dentro deste plano. Ainda dentro dessas premissas, uma série de respostas são preenchidas para que se chegue a uma pontuação, que por sua vez gera um ranking, conforme já mencionado. Desta forma, a secretaria estabeleceu 56 obras críticas de atenção imediata, para redução dessas “manchas”, em um investimento que ultrapassa os R$ 2 bilhões. Logicamente, com a adição de novos cadernos e versões atualizadas, este é um número que estima, deve aumentar. “Ano após ano, nós temos verificado um aumento muito significativo do volume e intensidade das chuvas. No entanto, mesmo com esses aumentos, quebras de recordes de séries históricas sucessivos, nós verificamos uma queda sensível no número de ocorrências de alagamentos. Então nós enxergamos isso como um reflexo dessa atuação mais robusta que estamos fazendo”, apontou o diretor Alexandre, aludindo à informações que você pode conferir no gráfico. “O fato é que desde o início das ações, e com o aumento das entregas, temos verificado a cidade mais resistente. E com as entregas dos reservatórios, é bastante crível que tenhamos reduções de ocorrências ainda maiores. É uma atuação de longo prazo”. Associado à outras ações como a de “caminhabilidade” e acessos às estações metroferroviárias, com melhorias de mobilidade para um grande número de pessoas que se locomove à pé, um outro contrato, no Jardim Lapena, é uma obra destacada pelo diretor, pois em breve, ela terá licitadas grandes intervenções em macrodrenagens. “Esse é um local onde a prefeitura de uma série de ações conjuntas, com a saúde, transportes, entre outras secretarias, para acessar a meta de urbanismo social, da mesma forma como ocorrerá no Jardim Pantanal com Micro e macro drenagens também, com atuações conjuntas de várias secretarias, em áreas que historicamente não eram contempladas”, explicou o diretor. Ao todo, dentro de várias fases, existem, entregues, em fase de projeto ou em licitação 304 obras emergenciais (e contando, por que, como visto, o número está em evolução).


OAEs e a repactuação no PDM


Trabalhando em pacotes, as intervenções em pontes e viadutos da capital também passou por ampliações significativas neste “boost Overdrive” promovido pela prefeitura por meio da secretaria. De acordo com informações reunidas por Rodovias&Vias junto à secretaria, ao todo, até o momento, entre reforços e outras intervenções, foram 56 conjuntos (que a exemplo de outras intervenções, costumeiramente concentram em si um leque de ações, resultando em um número muito maior de trabalhos pontuais. Na atualização do Plano, um salto de cerca de 160 obras para perto de 200. “Existem pontes históricas, tombadas, em que existe uma urgência de intervenção. Porém, é necessário que se faça antes, por exemplo, um estudo da argamassa original, para que possamos replicar o mesmo tipo de traço, como feito na execução original. É uma curiosidade, mas mostra o cuidado com a memória, o patrimônio histórico da cidade”, revela a Secretária Adjunta da SIURB, Adriana Siano Boggio Biazzi, explicitando o grau técnico requerido para alguns tipos de obras. “É uma obrigação legal, mas não deixa de ser uma sensibilidade”, concluiu a engenheira.


Mobilidade ampliada e requalificada


Com 9 Km no Complexo Radial Leste, do Centro até o Aricanduva e deste em diante, até Sapopemba em mais 13 Km, os Bus Rapid Transit – BRTs, são destaques na atuação viária da secretaria, com seus terminais tecnológicos, associados a uma grande capacidade de atendimento às demandas. De acordo com a secretaria, são percursos que há muito eram demandados pela população. Ainda que as licitações do Radial estejam sob análise do Tribunal de Contas Municipal - TCM, em processo de esclarecimentos e ajustes, em um equacionamento em curso, o edital para o Aricanduva deve ser publicizado em breve. “A experiência de alguns questionamentos feitos no Radial, nos levou já de antemão à aplicá-las no segmento Aricanduva – Sapopemba. Pretendemos deixar tudo ‘arredondado’, de acordo com as sugestões que vieram da corte”, explica a secretaria executiva Adriana. De fato, esse esmero na elaboração, também se deve pelo fato de tratar-se este último, de uma licitação internacional, com envolvimento de instituição financiadora externa, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em uma parceria estabelecida por SIURB, Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT), com a coordenação feita pela primeira. “Foi feito desta forma, pois estão previstas obras, no mesmo financiamento, por exemplo, do COP, Centro de Operações que estão sob responsabilidade da SPTrans (Empresa de transportes do Município) e que também possuirá alta tecnologia “embarcada”, por assim dizer, pois trará um sistema de monitoramento e gestão operacional, em uma rede integrada”, sinalizou a engenheira Biazzi.


Velocidade, som e luz: um novo Interlagos


Essencialmente lembrado pelos grandes feitos em décadas de história do automobilismo brasileiro em diversas categorias, o autódromo José Carlos Pace, também é um espaço que recebe, em uma agenda sempre muito concorrida, muitos outros eventos de entretenimento e shows. Esta adição às “características de serviço” para o circuito, não passaram despercebidas à SIURB, que está procedendo uma programação completa para dotá-lo de uma performance mais “polivalente” e amigável aos eventos artísticos que não se dêem sobre as rodas dos bólidos. “Nós teremos uma ampliação significativa, na área de estacionamento, um segmento em taludes, que desse em direção ao lago, sentido hospital. Ali nós teremos uma intervenção que visa tornar este espeço melhor para acomodar eventos. Futuramente, em uma etapa posterior, estamos prevendo obras na parte chamada de ‘lajão’, ampliações nas áreas VIPs para esses eventos. Nesta fase, nós faremos a implantação da rede de esgoto interna, que não existe, uma vez que quando há eventos, poucas instalações são ligadas à rede permanente de esgoto. A intenção é eliminar a necessidade de banheiros químicos, e o atendimento provisório da SABESP. Também a parte lógica, com valas técnicas serão implementadas. É preciso entender que mesmo autódromos tradicionais, no mundo inteiro, não sobrevivem apenas de automobilismo. E Interlagos não é exceção”, comentou a Secretaria.


SIURB Digital uma secretaria inteligente


Sob o ponto de vista de melhorias e agilidade na própria governança, a secretaria implantou com sucesso uma plataforma digital, que compreende todas as ações voltadas aos empreendimentos. Trata-se de um sistema de alta capacidade, que também é capaz de compilar demandas mais imediatas, que a população costuma encaminhar à secretaria. “É uma forma de registrar essas demandas e partirmos para uma solução para elas”. Evidentemente, um grande hub que exige uma altíssima capacidade de processamento. A plataforma SIURB, também em parte contribui para a alimentação de um outro sistema que visa atender à maior transparência na gestão pública, o “Obras Abertas”, que pode ser acessado pelo público geral, assim como outro grande sistema lançado pela prefeitura, o GEO Sampa. “Hoje nós temos uma grande integração entre os sistemas com o SEI, “Sistema Eletrônico de Informações”, que centraliza os dados alimentados, o que nos dá um panorama bastante completo de onde temos que atuar”, finalizou Adriana Biazzi. Dinâmica e cada vez mais esperta, a gestão de São Paulo, não mais se mede por uma contagem de passos. Mas por uma taxa altíssima também, de gigabytes por segundo, para encontrar uma evolução compatível com o progresso tecnológico que já está diante de sua sociedade.



SMSUB: o maior programa de recapeamento da história de São Paulo


Também se valendo desta superior velocidade de processamento e agilidade digitais, também a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), tem obtido êxito em atuar em um dos mais fundamentais itens da percepção imediata que uma grande parcela das pessoas tem ao circular por qualquer cidade, em qualquer lugar do mundo: a qualidade de rodagem. Efetivamente um dos objetivos principais do Plano De Metas (PDM) lançado pela prefeitura, a pasta, liderada pelo secretário Alexandre Modonezi, de forma sistemática, vem promovendo o maior programa de recapeamento asfáltico de ruas pela cidade “São 20 milhões de m² de asfalto recapeado, considerando todas as regiões, com entregas à população mensais, de pelos menos 1 milhão de m². Nós inclusive registramos um recorde para a cidade, dentro de ações dessa natureza, com 100 vias passando por procedimentos de recapeamento em simultâneo, algo que São Paulo até então, nunca tinha visto”, afirmou. “É o maior desafio do PDM que nós temos, mas vamos entrega-lo para a Cidade”. Concluiu. Nos bastidores deste esforço tremendo, não poderia restar se não um time tremendamente capacitado. Mentes multidisciplinares, com especialistas em diversas áreas, desde arquitetura, engenharia, contabilidade e advocacia, todos componentes amalgamados em uníssono, no compasso desta extensa programação que atinge sua aceleração e ritmo máximos precisamente no momento em que estas linhas são escritas. “Nós temos hoje um departamento dentro da SMSUB que é dividido em 4 setores, um que faz a elaboração do estudo, o diagnóstico das patologias na via; um que é responsável pela contratação, o jurídico – que obteve suas licitações julgadas pelo Tribunal como procedentes e regulares; o setor de execuções, que passa mais tempo em campo do que no escritório, acompanhando tanto obras em execução quanto as que foram entregues, e por fim o setor de medição, que registrou essa performance histórica”, explica Kerolaynny Brenda Pinto Maia, Coordenadora de Engenharia da SMSUB. “Para acompanhar a velocidade das demandas, a celeridade necessária que o programa pedia, a equipe passou por uma ampliação, de 5 pessoas, lá no início da estruturação, para 26 profissionais. Atualmente, estamos com mais 8 milhões

de m² contratados, e em breve adiciona-remos mais 5 milhões. Tudo dentro de um plano de metas, estabelecido e que tem acompanhamento diário. Mas a tendência é que esses números continuem num crescendo, à medida em que o trabalho evolui”, revelou a engenheira que instituiu uma peculiar forma de comunicar o alcance de metas: um sino, badalado quando se atinge a cobertura estipulada para o dia. Na verdade, segundo relatos, um som que se ouve pelo andar da secretaria pelo menos uma vez na semana, e que Rodovias&Vias, não sem uma certa curiosidade, notou durante a entrevista com o próprio secretário, conforme registrou parte da equipe durante gravações para coleta de material. Naturalmente, o suporte e uso tecnológico, é um dos fatores do sucesso, como o uso de modernas técnicas de pavimentação, segundo a coordenadora: “Dado nosso conhecimento da cidade, sabemos que usar Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC), é inviável. Não existe nenhuma condição de deixar uma caixa aberta, durante 7 dias, por exemplo, na Marginal Tietê. Por isso, partimos para a solução do Reclaimed Asphalt Pavement (RAP) espumado, com reciclagem de pelo menos 50% do pavimento preexistente e que é processado e reaplicado. É uma economia gerada também que traz vantagens do ponto de vista ambiental, por que era um material nobre e que ficava sem serventia, com alguns milhares de toneladas reutilizadas, pouco mais de 436 mil até o momento”, avaliou a coordenadora. Com um cronograma bastante enxuto, e com nenhuma intervenção ultrapassando a contagem de 120 dias desde seu início a Coordenaria de Engenharia da SMSUB, passou a se valer de uma grande maioria de intervenções realizadas à noite, para minimizar transtornos. “Desde que começamos com esse expediente, não tivemos nenhuma intercorrência. Também não chegamos a ter bloqueio total em nenhuma via. Mas enfim, criamos, para a cidade que não dorme, um programa que não para. Faça chuva ou tempo seco, até por que temos o suporte de um sistema de previsão meteorológica, o URANO, que nos dá condição de prever com até 2 horas de antecedência em quais regiões da cidade há possibilidade de chuva e quantos milímetros de precipitação ocorrerão e isso nos permite fazer um rápido remanejo de equipes”. Com intervenções na Radial Leste, nas Marginais e em praticamente todos os eixos primários da Cidade, a execução caminha perto do limite suportado pela cidade, mesmo com a sua maior parte ocorrendo à noite. “Nós tomamos muito cuidado para não travar, levando as frentes de forma progressiva. Por conta desse planejamento, é que nós conseguimos, por exemplo fazer algo à primeira vista impossível, que é ter intervenções simultâneas nas pistas Expressa, Centra e local em simultâneo. Além de estar com obras, pela primeira vez, no Corredor Norte Sul”. É importante frisar que o sistema “DRIVE”, da SMSUB, avalia e classifica os resultados do recapeamento executado, logo após o seu término e que em caso de necessidade, implicam na refação dos trabalhos, ainda antes da entrega da via. Como podemos ver, em uma intensa movimentação, iniciada já desde sua chegada à Prefeitura, a gestão Ricardo Nunes, ataca sistematicamente os pontos nevrálgicos da Infraestrutura de uma megalópole sem pares pelo globo, com perspectivas peculiares em diversos aspectos, sem medo de correr os riscos inerentes que o pioneirismo invariavelmente traz. Porém, ao que parece, a ousadia e o arrojo compensam, uma vez que a presente edição mostra acertos, significativos, como o leitor poderá acompanhar a partir deste ponto e pelas palavras dos próprios protagonistas desta transformação.



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