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NOVA LIGAÇÃO PLANALTO PORTO DE SANTOS: UM PROJETO DE ESTADO - José Wagner Leite Ferreira

Justificativas para a implantação de um novo corredor multimodal entre Suzano no Rodoanel Leste e Santos


Apresentada nas páginas de Rodovias&Vias pela primeira vez no ano de 2017, proposta formulada pelo prof. José Wagner Leite Ferreira, volta à discussão como alternativa de plataforma multimodal, incorporando novas tecnologias a um conceito que evoluiu junto aos avanços técnicos de conectividade e atualizações, tanto de operadores quanto de clientes logísticos de classe mundial.


Levantamentos recentes apontam que o porto de Santos movimentou em 2021, 147 milhões de toneladas de bens e 4.8 milhões de TEUS, sendo a previsão para 2022 de 5.2 milhões de TEUS. Ainda até 2030, prevê-se um total de 210 milhões de toneladas. A recuperação do transporte por cabotagem deverá trazer um forte impacto nessa movimentação.


Como resolver o acesso ao porto para toda essa movimentação?


Na raiz da questão temos que considerar que o acesso de cargas ao porto se dá majoritariamente por caminhões e por um sistema rodoviário completamente saturado construído em 1947. Posteriormente, implantou-se a rodovia dos Imigrantes que devido à sua rampa não permite a descida de cargas. Outros fatores também podem reforçar a desvantagem do corredor atual, como por exemplo, qualquer acidente geológico na Serra do Mar, pelas suas áreas de vulnerabilidade –devido ao projeto muito antigo da Via Anchieta o que seria responsável pelo bloqueio temporário das operações do porto e pela interrupção de cerca de 30% das exportações brasileiras. Considerando-se que a via Anchieta e a via dos Imigrantes chegam em um mesmo nó de congestionamento, qualquer paralisação neste local seria um transtorno para a operação do porto. A implantação proposta de um novo corredor multimodal pelo eixo de Suzano/Santos não só é estratégica como necessária, na medida em que viabiliza uma nova chegada ao porto pela sua margem esquerda. Esse corredor atende também aos novos planos regionais de desenvolvimento para o vetor leste da região metropolitana de São Paulo, cujas cidades desde Ferraz de Vasconcellos até Mogi das Cruzes serão contempladas com a implantação de novos pólos de serviços e mão de obra podendo se inverter a grande procura de trabalho em São Paulo. Em direção ao vale do Paraíba várias manchas industriais poderão ser criadas, voltadas para exportação. O mesmo se dará na Baixada Santista, pela importantíssima inclusão da área continental de Santos, com seus projetos de Parque Tecnológico, Porto Industria e Plataformas Logísticas dessa área continental.

Como parte integrante desse novo conceito de corredor multimodal estão propostas as PLATAFORMAS LOGÍSTICAS no Rodoanel Leste, que se conectam também à rodovia Fernão Dias, que perfaz a conexão com Minas Gerais, indo praticamente direto à capital, e oferece alternativa viável para um sem número de outros polos industriais presentes neste Estado, e empresas de alta tecnologia e equipamentos como a XCMG, com um parque instalado de mais de 1 milhão de m² em Pouso Alegre, na região Sul, por ela atendida, e na chegada à Santos onde se fará a gestão da operação do sistema.

Parte das operações do porto poderão ser realizadas nessas plataformas.

Integrado e, na mesma faixa de domínio de um sistema rodoviário com 4.5% de rampa máxima, correrá o sistema de TRILHOS para contêineres, cujos carros serão tracionados por MOTORIZAÇÃO LINEAR com tecnologia para subir rampas sem cremalheira nem cabos de até 6.5%, alimentados por energia elétrica e contando também com um sistema de auto alimentação. Tal sistema de trilhos obedece a todos os protocolos mundiais de defesa do ambiente. Por outro lado, uma versão para passageiros será estudada e permitirá, no futuro, uma integração de metrô Sapopemba / Santos. Esse sistema de trilhos detém o que há de mais moderno em tecnologia tendo em vista as facilidades de Infraestrutura de Transportes que serão exigidas para os próximos decênios.

Finalizando, um projeto como este que estamos discutindo, deixa de ser um projeto regional para ser uma solução de logística do mais importante corredor de comércio exterior do Brasil.


*José Wagner Leite Ferreira

Arquiteto e urbanista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especializado em Transporte Urbano pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo e em Gestão do Transporte Fluvial pelo Institute for International Education in Transport (Ifit) da Bélgica. Na década de 1980, em cooperação com a Université de Liège, na Bélgica, idealizou o primeiro curso superior de navegação interior do Brasil e atuou como diretor na Faculdade de Tecnologia Fluvial de Jahu (SP). Foi co-fundador e primeiro diretor Técnico do Consórcio Intermunicipal Tietê-Paraná (CITP); coordenador do Plano Hidroviário do Estado de São Paulo para a Secretaria dos Transportes, além de ter desenvolvimento trabalhos e estudos do plano de operação do Sistema Hidroviário da Baixada Santista para a Secretaria de Portos da Presidência da República. Atualmente é coordenador da Divisão de Navegação Interior e Portos do Instituto de Engenharia do Estado de São Paulo (IE-SP).


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