Sejam por Entradas ou por Bandeiras, as expedições realizadas por imigrantes e colonos, a partir do século XVII, abriram os primeiros caminhos em nossas terras e tiveram grande importância para a diversicação das atividades econômicas e a expansão territorial no país.
Ao longo das trilhas e veredas percorridas pelos bandeirantes e dos caminhos abertos por homens que desbravaram nossas matas, foram surgindo os primeiros povoados no Brasil. Nessa época, todas as transações comerciais eram feitas pelo mar, em longas e perigosas viagens, através de variados tipos de embarcações, das capitanias até o nosso litoral. Com o interior do Brasil sendo desbravado e povoado, houve um aumento da atividade comercial e o transporte das mercadorias era feito em animais até os portos. Surgiu, então, a necessidade e o interesse em construir as primeiras estradas de ferro no país. A lei de 1852 marca o verdadeiro ponto de partida da viação férrea no Brasil. As estradas de ferro cresciam e se desenvolviam rapidamente, enquanto aqueles primeiros caminhos em leito natural recebiam poucas melhorias da administração colonial, somente o sufi ciente para que, no verão, os viajantes pudessem transitar, mesmo em ladeiras íngremes e pontes de madeira. Já no inverno esse percurso se tornava penoso, longo e, muitas vezes, intransitável. Estrada - "Para suprir a necessidade do homem de carregar o que conseguia produzir no campo, a fim de permitir que as carroças, ainda puxadas por burros, pudessem levar alguma carga, os caminhos foram sendo alargados, abertas as primeiras estradas, quase todas dentro do mato, mas sempre com o cuidado de evitar que os animais e o próprio homem ficassem presos nos matagais onde proliferavam árvores, cujos galhos tiveram de ser cortados a facão”, historiou o superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba, Carlos Pereira de Carvalho e Silva. Estrada é uma via de trânsito, em geral em área rural, destinada a veículos rodoviários, animais e pessoas, e que normalmente têm preferência de passagem em toda a sua extensão. Juntamente com a criação do DERPB, foi instituído o Primeiro Plano Rodoviário Estadual, constituído por 969 Km de estadas tronco e 385 Km de estradas alimentadoras, interligando todas as regiões do Estado. Nesse Plano se destacava a Estrada Central da Paraíba, ligando Cabedelo à Cajazeiras, atual Rodovia BR-230. Estradas e Rodovias - O Código de Trânsito Brasileiro define estrada como uma via rural não pavimentada e, a rodovia, como via pavimentada. “Com a fabricação e utilização dos primeiros equipamentos e máquinas que foram, aos poucos, substituindo o trabalho manual e incentivando os governos a melhorarem as condições das estradas – normalmente de terra batida – apareceram as chamadas rodovias que, embora sejam estradas, assumiram essa denominação, talvez para diferenciá-las das ligações feitas em terra. Foi, aos poucos, sendo introduzido o uso do asfalto, insumo fundamental para a construção e pavimentação das modernas rodovias”, explica o superintendente do DER, Carlos Pereira. Inicialmente, o conceito de rodovia compreendia a ligação viária entre duas cidades, subentendendo-se que seus extremos se situavam nos limites da área urbana e se conectavam com as extremidades do sistema viário urbano pavimentado. Nas últimas décadas, o processo de urbanização fi cou mais intenso e se desenvolveu ao longo do sistema viário. Dessa forma, foi se descaracterizando a concepção de limites urbanos. A Infraestrutura rodoviária de um estado é uma das bases do desenvolvimento e crescimento econômico do país. Através do conjunto de equipamentos que a formam, como caminhos, estradas, acessos, pontes, travessias e rodovias, viabiliza-se a movimentação das riquezas naturais, produtos industrializados, bens de consumo e a interligação de pessoas entre todas as regiões. A expansão das áreas urbanas aconteceu e com ela a necessidade de cruzar áreas desenvolvidas, de se conectar a outras rodovias e interligar áreas afastadas ou de difícil acesso.
HISTÓRIA SE FAZ COM MEMÓRIAS E FATOS
Na atual gestão estão sendo investidos R$ 2.281.236.486,98 em obras para implantar, qualifi car e recuperar mais de 1.900 km de extensão da malha rodoviária Estadual, sendo que 438,7Km já foram concluídos, 979,7Km estão em andamento, 78,8Km em licitação e 422,8 Km em obras de pavimentação (fase de projetos). Ao longo desses 76 anos, o DER vem transformando caminhos e estradas em modernas rodovias pavimentadas, que ampliam fronteiras, integram regiões e interligam pessoas com segurança e conforto. A infraestrutura rodoviária da jurisdição estadual representa o mais importante patrimônio físico da Paraíba, cujo valor está avaliado em, aproximadamente, R$ 6 bilhões. Pela malha rodoviária é escoada toda a produção agrícola e industrial, além de facilitar a livre movimentação dos paraibanos em busca de negócios, de entretenimento e lazer. Mobilidade para todos ‒ Em 22 de novembro de 2021, o Governo do Estado criou o Programa das Travessias Urbanas que vem asfaltando as principais vias dos municípios paraibanos. Mais de 370Km de extensão em pavimentação e sinalização de ruas e avenidas, com investimentos de recursos próprios que ultrapassam os R$ 299 milhões, vem ganhando forma e cores em 194 cidades da Paraíba. Esse programa de mobilidade urbana, exclusivo da gestão atual, executado pelo DER-PB, foi lançado pelo governador João Azevêdo, com o objetivo de melhorar e disciplinar o tráfego nas ruas e avenidas da travessia urbana; oferecer conforto e segurança aos moradores da cidade; dar um novo aspecto urbano ao município; modernizar o sistema viário urbano e melhorar a qualidade de vida da população local. “Esse programa requalifica as áreas urbanas nos municípios, melhorando a autoestima da população, que tem recebido essas obras com muita satisfação. Aplicar recursos próprios em um momento de dificuldade, como foi a pandemia e a fragilidade da economia brasileira, demonstra a nossa capacidade de investimentos, fruto do trabalho de uma equipe comprometida com a Paraíba”, frisou o governador João Azevêdo. O Programa já conta com 70 Travessias concluídas, 30 faltando apenas sinalizar, 60 a iniciar e 17 em andamento, beneficiando as regiões do Litoral, Brejo, Cariri, Sertão e Agreste. Uma travessia tem início na entrada e o fim na saída da cidade. Não se pode confundir uma travessia urbana com ruas asfaltadas. A diferença está no fluxo de veículos dessas vias. Depois de feitos os estudos de tráfego em cada município, é determinado ou não o acréscimo de artérias secundarias (ruas), devido ao grande fluxo de veículos. O diretor de Operações do DER, o engenheiro Armando Marinho relata que as obras do Programa das Travessias são de grande importância para a mobilidade urbana da população, “é tanto que as pessoas quando veem o asfalto chegando, ficam alegres e sorriem. A mudança da população é interna”. Ele acrescenta que já sabia que seria um desafio pavimentar avenidas e ruas de 194 municípios. “Sabíamos que a carga de trabalho seria intensa, mas como é para o benefício das pessoas, a nossa alegria e satisfação é maior do que qualquer sacrifício”. Ele conta, ainda, que houve por parte de alguns prefeitos o pedido de asfaltamento não só na via principal, como também nas ruas laterais de grande fluxo de pedestres e veículos, “mas que o governador João Azevêdo, prontamente e independentemente do partido político, dava a ordem de serviço, porque pensava no bem do povo”. O caminhar de um povo - “Depois de inaugurada, a estrada não pertence a nenhuma cidade; ela é de todos que trafegam pela via, diferentemente de uma travessia, que é de cada morador do município onde ela foi feita. A população se sente orgulhosa e merecedora daquele bem público”, afirmou o superintendente do DER-PB, Carlos Pereira de Carvalho e Silva. Ele acrescenta que o Programa das Travessias Urbanas é uma obra de pavimentação bem feita, com asfalto e sinalização, representando mais do que segurança e conforto, pois influencia positivamente na autoestima dos munícipes. “Esse é um programa, que tem sim relação com mobilidade, mas difere nesse aspecto, ao elevar o padrão de um determinado segmento ao padrão estadual”, enfatizou Carlos Pereira. A travessia urbana de uma rodovia, geralmente, é composta por segmentos da área que coincidem com ruas e avenidas de uma cidade; normalmente apresentam uma maior movimentação de veículos, que conflita com a vida cotidiana dos moradores locais, trazendo desconforto e elevados riscos de acidentes de trânsito. Ou seja, o grande fluxo de veículos numa determinada avenida em desarmonia com uma grande quantidade de pedestres, é condição sine qua non para que gestores que se importam com o ir e vir das pessoas, determinem o asfaltamento da mesma. “Eu faço obras nos municípios, porque afinal de contas as pessoas moram nos municípios, então temos essa visão municipalista. Quando você dota o município de uma infraestrutura adequada, você obviamente tem um estado com a infraestrutura adequada”, afi rmou o chefe do executivo estadual, João Azevêdo. Uma avenida e/ou ruas pavimentadas, para muitos que vivem e convivem, diariamente em caminhos de concreto pode parecer algo simples, sem importância. Pessoas que moram em cidades que o asfalto já faz parte de cada traço urbanístico e arquitetônico, podem pensar que se antes já existia um calçamento, então por que o asfalto seria tão urgente? Engana-se quem pensa dessa forma, pois não conhece a realidade de uma cidade pequena de interior que, por muitas vezes, se sente desconectada do resto do Estado e do País. “Uma travessia nasce com a missão de solucionar algum conflito causado entre cidadão/veículo, motor e ser humano. Ela traz desenvolvimento econômico e embelezamento para a cidade, além de contribuir para a elevação da autoestima das pessoas”, descreveu o gestor do Programa das Travessias Urbanas, Marcos de Araújo Gouveia. Cansados de muitas promessas, alguns moradores do município de Uiraúna no sertão da Paraíba, diziam que esse projeto não sairia do papel, pois vários governadores já haviam prometido a mesma coisa e nunca cumpriam. “Quando chegávamos para fazer as marcações e a topografia, sentíamos um mal-estar vindo da população, mas continuávamos o nosso trabalho. Certa vez, um comerciante, o mais descrente de todos nos encontrou quando fomos fazer a segunda etapa da travessia e relatou que a venda dos espetinhos cresceu mais de duzentos, por cento. Ele sentiu a necessidade de ampliar o negócio, trocando o piso, comprando mesas e cadeiras, melhorando com isso o atendimento ao público”, relembrou o Gestor. Uma obra de pavimentação de uma travessia, com as devidas sinalizações vertical e horizontal, proporciona maior conforto e qualidade de vida à população, melhora as condições de limpeza na cidade, contribuindo com uma saúde pública de qualidade, aumentando a segurança na mobilidade de motoristas e pedestres, além de gerar economia no transporte de pessoas e mercadorias, através de menor desgaste de veículos e tempo de viagem.
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